Capitulo 8 – Decisões
difíceis.
02/10/2010 (Ana, Gina e
Bruna Bittencourt)
Era quase duas horas da manha. Gina
se levanta sonolenta, pensou que tudo tinha sido um terrível pesadelo, mas ao
escutar os barulhos da rua percebeu quer era a pura realidade. Sua garganta
está seca. Ela se levanta cuidadosamente para não acordar Ana, que estava
roncando. Gina olha para a Bruna, seu braço está infeccionando. O que era uma
mordida de leve agora é como uma bolha gigante de casca de ferida que sai pus,
até parece que tem vida. Bruna está pálida, com a respiração fraca. Gina
encosta sua cabeça no peito da irmã e escuta seu coração batendo.
- Eu estou viva, pirralha – Diz
Bruna, abrindo seus olhos com grandes olheiras.
- Desculpa. Só fiquei com medo. – diz
Gina.
- Não precisa ter medo, devo ter
pegado uma gripe. – Diz Bruna, mentindo para a irmã.
Por dentro Bruna sentia seu corpo
morrendo, mas não podia contar para as irmãs. Não queria assustá-las,
principalmente a Gina. Esperaria a vovó chegar com a Amanda para decidirem
alguma coisa.
Bruna se senta na cama com certa
dificuldade, ela tosse duas vezes. Tenta se mostrar forte botando um de seus
braços nos ombros de Gina.
- Sabe Gina, não devemos acreditar em
tudo o que vemos na TV. - diz Bruna.
- Também acho. O exercito vai
resolver isso e os médicos vão dizer que essa mordida só está infeccionada
então tu vai ficar bem! – diz Gina, tentando ser positiva.
- Isso aí garota! Quando a Amanda chegar
decidiremos o que fazer. – diz Bruna, dando uma piscadinha para sua irmã.
- Será que elas estão bem? Já deviam
ter chegado. – Diz Gina.
- Tenho certeza que sim. Amanda
sempre foi à irmã mais forte, a mais esperta e a mais bonita também. Sempre a
imitei. – diz Bruna.
- Mas tu é a mais bonita. – diz Gina,
abraçando sua irmã
Bruna se surpreende com o que a irmã
falou. Corresponde o abraço de sua irmã. Mas algo a deixa intrigada. Ela vê
alguém na porta. Alguém que devia ter morrido há muito tempo. Seus olhos se
arregalam. Seu pai sorri para ela, ele está vestido de branco. Seus olhos
verdes brilham como diamantes no sol.
- Como é possível? – Diz Bruna,
chorando.
- O que? – Pergunta Gina.
Bruna aponta para a porta, Gina olha
para o lugar em que a irmã aponta, mas não vê nada, além de escuridão.
- Eu estou vendo o papai, isso não é
possível! – Diz Bruna.
Ana acorda. Sentá-se na cama, olha
para aonde Bruna está olhando.
- Bruna, acho melhor tu se deitar e
dormir um pouco. Porque não tem nada ali. – Diz Ana.
- Tem sim. O papai ta ali. – Diz
Bruna, que agora seu rosto está mais pálido do que nunca. Ela começa a tossir
sangue.
Ana sabia como isso iria terminar.
Ela convence a irmã a dormir. Ana pega Gina e a leva para a sala.
- Porque tu me trouxe até aqui? –
Pergunta Gina.
- Tu me promete uma coisa? – Diz Ana,
tentando segurar as lagrimas que podem vir.
- Sim. – Diz Gina, indecisa.
- Não chegue perto da Bruna. – Diz
Ana, começando a chorar.
- Ta. –Diz Gina enquanto se senta no
chão e começa a chorar.
- Gina, não importa o que aconteça,
tu é a minha prioridade. E ela vai virar uma daquelas coisas lá fora, eu posso
estar rude, mas essa é a realidade. – Diz Ana, abraçando sua irmã.
O sol estava nascendo, os gemidos
continuavam mais altos. Os gritos da rua eram insuportáveis. Ana liga a TV e
nada da mídia. Ela chega até o quarto onde está sua irmã doente. Bruna está
falando sozinha e olhando para o teto. Sua coloração de pele está num branco
com tons vermelhos. Seus olhos estão sem vida.
- Papai ta aqui comigo. Ele falou que
a mamãe se arrepende. – diz Bruna, olhando para Ana.
- Eu te amo, Bruna. – diz Ana,
chorando.
Ana começa a sentir seu lado obscuro
voltando. Parecia como o da primeira vez, algo insuportavelmente incontrolável.
Ela aperta seu arco com tanta força, que chega a marcar a pele se sua mão.
Bruna começa a se debater na cama e a
tremer. Solta alguns gemidos. Ana treme, não sabe o que fazer. Gina está
espionando pela porta. Ela também está chorando. Bruna para de se mexer, seus
olhos vazios estão fixados nos olhos de Ana.
Ana chega com o ouvido perto do peito
de sua irmã. Vazio. Nada se escuta. Bruna tinha se ido. Ana pega um lençol e
bota em cima da irmã. Ana entra em desespero. Sente a adrenalina voltando à
tona. A raiva, a força, o medo... Decide se afastar do corpo. Gina abraça a
irmã.
- Vai ficar tudo bem, eu estou aqui.
– diz Gina.
Ana não sabe o que dizer. Não
esperava isso de Gina.
- Ana. – Diz Gina, apontando para a
cama de Bruna.
Quando Ana olha, Bruna estava
sentada, um gemido sai de sua boca. Ana prepara o arco. Seu lado obscuro
dominou-a completamente.
- Sai daqui e se esconda! – diz Ana,
para Gina.
25/09/2011 (Tempos atuais. Kevin, James, Ana, Miguel e Melissa)
Ana está penteando seus cabelos
ruivos. O corte que Melissa fez cai muito bem em seu rosto. Enquanto se
penteava se olhava no espelho. Seu rosto esta tranqüilo. Isso até era estranho,
pois tranqüilidade era a ultima coisa que se pode conseguir nessa nova era.
Suas lembranças voam em sua cabeça e sente a adrenalina palpitando em seu coração.
Ela para de pentear os cabelos. Começa a contar até dez e então respira fundo.
Se segura na penteadeira e se olha no espelho, seus olhos estão vazios e
obscuros. Toda vez que sentia aquela sensação assassina, coisas ruins acabavam
acontecendo.
- Maldita mulher. – Diz Ana, para si
mesma.
A sensação começa a sumir, ela fica
mais calma. Sai de sua casa e encontra Melissa no hall de entrada jogando dama
com James. Melissa mexe uma peça. James quase grita.
- Aham. Ganhei novamente. – diz
James, rindo.
- Me sinto mais loira do que nunca. –
diz Melissa.
- Concordo contigo. Está quanto
mesmo? – diz James, botando a mão na orelha em forma de cone.
- Três a zero, para ti. – Diz
Melissa, de cara fechada.
Ana se aproxima deles.
- Melissa, deixa eu mostrar para o
James quem manda aqui. – Diz Ana.
- Essa eu quero ver! – diz Kevin, se
aproximando do grupo.
Miguel está olhando de longe.
- Bom jogo para vocês. Tenho que ir
lá na vigia. Fiquem com o Walk tok ligado, só por precaução.
- O.k. Miguel. – Os gêmeos respondem
em uníssono.
O jogo começa. Melissa está atrás de
Ana e Kevin atrás de James, os dois na torcida.
Depois de mais ou menos meia hora,
Ana declara:
- Ganhei!
- Bá. – Diz Kevin.
- Viu, as mulheres mandam. – diz
Melissa, fazendo uma dançinha de comemoração.
- Revanche. – diz James, abrindo um
sorriso malicioso.
Novamente o jogo começa.
- James, aquela peça ali.- Diz Kevin.
- Não pode roubar. – Diz Melissa,
mostrando a língua.
- Ganhei novamente.- diz Ana fazendo
uma dançinha.
- Revanche. – Dizem os gêmeos.
Mais uma vez o jogo começa. Kevin
começa a soprar para James e Melissa para Ana.
- Três a Três. Vamos ver quem é o
melhor agora, hein? – Diz Ana.
James a olha nos olhos. Se
impressiona com o quanto Ana se parece com sua mãe. Ele não queria dizer nada,
mas tinha deixado Ana ganhar todas as partidas.
Eles escutam barulhos de disparos na
rua, logo em seguida vem o som de coisas se colidindo. Os quatros se olham
aterrorizados. Ana sente seu outro lado dando um “oi”.
- Acho melhor vocês subirem. Podemos
estar encrencados. Cambio. - Diz Miguel pelo Walk tok.
Todos estão reunidos na cobertura. Um
caminhão está tentando desviar da manada que está se acumulando na rua. Em cima
do caminhão tem um homem dando tiros nos mortos mais próximos e alguém está na
direção.
- Merda. Estão chamando atenção. –
diz James.
- Não podemos fazer nada. - Diz
Miguel.
- É só a gente ficar quietinho e
deixar que os zumbis matem eles, e sumam daqui. - Diz Melissa.
- Tu podia ter ficado quieta agora. –
Diz Kevin, triste.
- Nem pense nisso. – Diz James, para
Kevin.
- Não disse nada. – Responde Kevin.
O caminhão está a seis quadras do
prédio do grupo. Vários zumbis aparecem e começam a cercar o caminhão. Ele da
macha ré, mas acaba colidindo sem querer numa casa. O motorista desce do
caminhão e começa a disparar contra os mortos. O homem que está em cima do
caminhão começa a vigiar seu amigo, pronto para ajudar caso o companheiro não
de conta de algum zumbi. Uma mulher negra aparece saindo do caminhão, atrás
dela saem duas crianças, um menino e uma menina. Atrás deles sai uma
adolescente. O grupo de seis pessoas sai correndo. Os zumbis começam a correr
atrás deles. Os dois homens, a mulher negra e a adolescente estão com armas e
atiram nos zumbis mais próximos.
Kevin pega o binóculo de Miguel. Seus
olhos estão tremendo.
- Não acredito. – diz Kevin, olhando
para James.
- O que houve? – Pergunta James, com
curiosidade.
- O Diego! Ele sobreviveu. Cara, não
acredito! Ele tá vivo, meu!- Kevin grita de felicidade.
- Me passa o binóculo. – diz James.
Miguel está serio mas não fala nada.
Melissa está cabisbaixa. Ana não sabe o que dizer, só está triste e tentando
segurar seu lado negro.
- Verdade. – diz James.
O grupo invade um
banco. Um deles tranca a porta. Os zumbis começam a bater na porta. Há cerca de
200 mortos em volta do banco.
- Espertos eles... – diz Miguel.
- Devíamos ter pensado nisso antes. –
diz Melissa.
- James, ele é nosso amigo. Ele nos
ajudou. Ele me salvou. Não posso ficar parado. – diz Kevin.
- Tivemos a sorte uma vez com a Ana.
Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Não podemos fazer nada. – diz James.
- Nem tem o que se fazer. Tem uma
centena de zumbis lá fora. Sair agora é morte na certa. – Diz Miguel.
- Eu também gostaria de ajudar eles,
até porque são duas crianças lá fora correndo perigo!. – diz Ana, quase
chorando.
- Se Deus quiser, eles vão ficar bem.
– diz Melissa.
- Deus não existe. – diz Miguel.
- Não vem com esses papos. – diz
Melissa, brava.
- Acho melhor a gente descer. Se
alguma daquelas coisas entrarem aqui o melhor a se fazer é ficar preparado. –
diz James.
- Não sei não. Eles só vão invadir se
ouvirem barulho e se permanecermos aqui não poderão nos ouvir. – Diz Melissa.
- Os dois podem até estar certos, mas
Tenho que concordar com a Melissa, ficar aqui em cima é melhor. Porem se
invadirem, não poderemos fazer nada. – Diz Miguel.
- Por isso devemos descer! Se
entrarem, teremos a chance de lutar. – diz James.
- Tu quer dizer: todos lutam menos
tu. – Diz Miguel.
- Já vão brigar. – Diz Melissa.
- Eu sei que não sou o mais forte e
muito menos o mais corajoso. Mas pelo Kevin eu faço de tudo e um pouco mais. –
Diz James, se irritando com Miguel.
- Cadê o Kevin e a Ana?! – Pergunta
Melissa, olhando em volta.
- Não acredito! – Diz James.
Ele sai correndo. Melissa e Miguel
vão atrás. James procura pelo prédio todo por Ana e Kevin, sem sinal deles.
Armas estavam faltando do hall de entrada.
- Não. – Diz James, com lagrimas nos
olhos.
- Eles fugiram. – diz Melissa.
- Não podemos fazer nada. – diz
Miguel.
- Eu vou atrás deles! – diz James,
pegando uma arma.
- Tu vai morrer! Não faz isso. – diz
Melissa.
- É o meu irmão. Não tenho escolha! –
diz James.
- Vou odiar o que vou dizer agora,
mas eu vou te ajudar. – Diz Miguel.
- Obrigado, cara. E tu Melissa?-
Pergunta James.
Melissa não responde, ela está
pensando.
- Não quero ficar sozinha. – Melissa
diz, já se arrependendo.
- Preparados para entrarem no
inferno? – Pergunta Miguel, sorrindo, o que era sinistro.
25/09/2011 (Tempos atuais. Kevin e Ana)
Kevin sai de fininho do grupo. Ele começa
a descer as escadas. Chega no hall de entrada. Se sente mal por deixar o irmão
na mão. Sentia-se um imbecil. Mas sabia que era o certo a se fazer. Quando vai
abrir a porta de saída do prédio uma mão para em seu ombro.
- A onde tu pensa que vai sem mim? –
Diz Ana.
- Vou fazer aquilo que é certo. – Diz
Kevin, sem olhar para trás.
- E o teu irmão? Vai deixar ele
sozinho? – Pergunta Ana.
- Não quero responder isso. – Diz
Kevin, segurando as lágrimas que ameaçavam cair.
- Eu vou contigo. Não te esquece, devo
a minha vida a você. – diz Ana.
- Eu acho que vou morrer. Ta disposta
a morrer comigo? – diz Kevin.
Ana o encara. Eles se olham nos
olhos. Kevin sente um calor dominando seu corpo.
- Estou disposta, sim. – diz Ana.
Ela se aproxima de Kevin. Ele encosta
seus lábios nos dela. Ela corresponde. Kevin a puxa para seu corpo, envolvendo
sua cintura com uma das mãos enquanto deixa a outra que pousava em sua nuca. Um
calor meio intenso dominava aqueles corpos. Eles se olham nos olhos, após se
beijarem.
- Sei que não é a coisa certa a se
dizer. Mas se eu for infectado, quero que tu me mate. – Diz Kevin.
- Com todo o prazer.- Diz Ana.
Eles escutam gente descendo as
escadas. Kevin está com o seu machado e com dois revolver. Um na cintura e
outro na mão. Ana está com o seu arco e flecha e com um revolver na cintura
também. Kevin abre a porta. Eles saem. Alguns zumbis os enxergam. Ana mata os
de longe com seu arco. É de se admirar sua mira. Acertou todos no meio do
rosto. Kevin decapita todos que estão por perto. Saindo do beco mais três
percebem sua presença. O primeiro pula em Ana. Kevin chuta sua cabeça,
quebrando seu pescoço. Ana mira seu arco para Kevin. Ele arregala os olhos.
- Se abaixa! – diz Ana.
Kevin se abaixa, ela dispara duas
flechas nos zumbis que estão atrás de Kevin. Ele se levanta. Sem tempo para
agradecer. Ana pergunta:
- Tem um plano para salvar o teu
amigo?
- Não. Mas vou fazer o possível. –
Diz Kevin.
Ana da um sorriso.
- Que bom, mas eu tenho um. Me siga.
– diz ela.
Os dois jovens estão indo em direção a um posto
de gasolina. Kevin imagina o plano de Ana. Seu rosto se enche de medo.
capitulo muito bom parabens,sera que a ana vai explodir o posto o.O rezando pra ninguem morre(yn)
ResponderExcluirhehe
Top Top Top!
ResponderExcluirParabéns mano
História ótima!!!
Top, mas quando se juntam muitos sobreviventes a tendência é dar merda!
ResponderExcluirquero só ver se o plano deles der certo...hahahha